sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

Fernando Pessoa

3 comentários:

Rosa Mattos disse...

"A realidade não precisa de mim." isso é fato!! amigaaa, tem lembrancinha de primavera pra vc!!/ bj ** bom final de semana!!!

dulcinea disse...

Olá minha linda, como vai? Fiquei tão feliz com a sua visitinha. Obrigada pelo lindo presentinho. Desejo de coração que seu dia seja somente flores com muito perfume.
Fique com Deus
Beijinhos

dulcinea disse...

Olá querida, como vai? Vim lhe desejar tudo de bom neste final de semana. Com muitas alegrias e que o perfume das flores invada a sua casa.
Fique com Deus
Beijinhos